Quando estudamos o sujeito do conhecimento, vimos que a psicanálise introduzia um conceito novo, o inconsciente que limitava o poder soberano da razão e da consciência, além de descortinar a sexualidade como força determinante de nossa existência, nosso pensamento e nossa conduta. No caso da ética, a descoberta do inconsciente traz consequências graves tanto para as ideias de consciência responsável e vontade livre como para os valores morais.
A psicanálise mostra que somos resultado de expressão de nossa história de vida, marcada pela sexualidade insatisfeita, que busca satisfações imaginárias sem jamais poder satisfazer-se plenamente. Mostra-nos também que nossos atos são realizações inconscientes de motivações sexuais que desconhecemos e repetimos vida afora. Do ponto de vista do inconsciente, mentir , matar, roubar,seduzir, destruir, temer ambicionar, são atos simplesmente amorais, pois o inconsciente desconhece valores morais. Inúmeras vezes comportamentos que a moralidade julga imorais são realizados como auto defesa do sujeito, que os emprega para defender sua integridade psíquica ameaçada (real ou fantasiosa) . Se são algo moralmente condenáveis, podem, porém, ser psicologicamente necessários. A psicanalise encontra duas instâncias, o id ou libido sexual e o superego ou censura moral, interiorizados pelo sujeito, que absorve os valores de sua sociedade. Nossa psique é um campo de batalha inconsciente entre desejos e censura.
Crislaine da Silva Gonçalves
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